- LÍNGUA FERINA - A NATA DA CORRUPÇÃO - Procuradoria cobra R$ 3 bilhões de Cunha, Geddel, Henrique e mais 14 corruptos por fraudes na Caixa
A força-tarefa da Operação Greenfield apresentou quatro ações de
improbidade contra os emedebistas Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e
Henrique Eduardo Alves, além de outros 14, em que cobram R$ 3 bilhões
para reparação de danos causados à Caixa Econômica Federal e no FGTS.
As ações, movidas na esfera cível, se referem a fatos que chegaram a
ser denunciados pela Procuradoria na esfera criminal, pelas supostas
propinas e lavagem de dinheiro, e tem como objetivo a recuperação dos
supostos prejuízos à Instituição Financeira.
As peças na esfera civil se dividem em propinas pagas pelos
frigoríficos Marfrig e Bertin, também pela BR Vias, pertencente a
Henrique Constantino, dono da Gol, e pelo Grupo J&F.
A ação referente ao mais alto numerário em propinas diz respeito à
J&F.
Segundo a Procuradoria, entre 2011 e 2015, sob o comando do
ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), pegaram R$ 182 milhões, o
que envolveu operação do FI-FGTS para em suposto benefício do Grupo.
Outros quatro são acusados, entre eles ex-vices da Caixa.
Delatores, como Fábio Cleto, Lúcio Bolonha Funaro, Alexandre
Margotto, Henrique Constantino e Joesley Batista, entre outros não foram
responsabilizados nas ações civis, já que firmaram acordo de
colaboração com o MPF.
Marfrig
Em outra ação civil, a Procuradoria narra que, entre 2012 e 2013 - época em que Geddel era vice da Caixa -, o grupo recebeu R$ 9 milhões em
propinas do Marfrig. A contrapartida seria a liberação de Cédula de
Crédito Bancário (Capital de Giro) no valor de R$ 300 milhões, e de
Cédula de Crédito Bancário (Conta Garantida) no valor de R$ 50 milhões.
Bertin
Em outra ação, que se refere ao período de 2012 e 2015, o grupo sob
liderança de Eduardo Cunha teria se beneficiado da atuação de Geddel na
Caixa para liberar um crédito de R$ 2 bilhões decorrentes de
financiamento da concessionária SPMAR com o BNDES.
As propinas seriam de
R$ 57 milhões.
BR Vias
Já Henrique Constantino teria pago propinas de R$ 7 milhões em 2012,
ao grupo de políticos e vices da Caixa para obtenção de recursos de R$
300 milhões ‘por meio de aquisição de debêntures pelo FI-FGTS e, assim,
com envolvimento da Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias,
bem como para a obtenção de empréstimo-ponte junto à VicePresidência de
Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, a fim de aguardar a
liberação da mencionada operação, e, ainda, para a liberação de uma
Cédula de Crédito Bancário (Capital de Giro) no valor de R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) em favor da OESTE SUL
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S.A.8’.
Grupos
Sobre as ações, o Ministério Público Federal explica que moveu contra
primeiro grupo, que ‘era formado por empresas que encaminhavam projetos
para a captação de recursos da Caixa (por meio de empréstimos) ou do
FGTS (por meio dos seus fundos de investimentos)’. “Também era
responsável por efetuar o pagamento de propina tanto aos empregados
públicos da CEF que tinham potencial poder decisório, ainda que fosse
para influenciar outros, quanto aos agentes políticos a ele ligados”.
“O grupo dos empregados públicos era responsável por fornecer
informações privilegiadas aos agentes políticos e operadores financeiros
sobre o projeto apresentado pela empresa à Caixa. Cabia a eles, também,
agir internamente para beneficiar as empresas e/ou influenciar as
decisões dos comitês da Caixa ou do FGTS, para aprovar ou desaprovar a
concessão de empréstimos (ou os investimentos) às empresas requerentes”,
diz a Procuradoria.
Segundo a Greenfield, os ‘agentes políticos recebiam as informações
privilegiadas e, assim, cooptavam as empresas que se dirigiam à entidade
financeira para obter recursos’. “Havia ainda, em certos casos, outros
agentes políticos que se beneficiavam com o recebimento de propina, por
terem ligação com os agentes políticos cooptadores e prestarem auxílio
permanente ao esquema”.
Em colaboração, Funaro afirmou que o valor da propina negociada tinha
como base um percentual sobre o recurso que seria liberado – em geral
3%.
A distribuição desse percentual girava em torno de 50% para Geddel,
30% para Cunha e 20% para ele. No início do esquema ilícito, havia uma
intermediação de contato e distribuição feita por Eduardo Cunha.
Posteriormente, Funaro se aproximou de Geddel, passando a realizar as
entregas diretamente para ele.
Imaginem o quanto o Brasil é surrupiado.
Isto, é apenas a ponta do iceberg.
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