- LÍNGUA FERINA - Governo Trump retoma pena de morte para criminosos federais
O procurador-geral William Barr, chefe do Departamento de Justiça dos
EUA, anunciou que o governo federal voltará a executar penas de morte a
partir de dezembro. A decisão, estimulada pelo presidente Donald Trump,
acaba com um hiato de mais de duas décadas sem execuções pelo governo
federal.
A última foi em 2003.
A volta de execuções de condenados pela Justiça Federal contraria a
opinião pública, que, majoritariamente, quer extingui-la. E vem na
contramão da tendência nos estados, que vêm eliminando — ou não usando —
a pena de morte.
Dos 50 estados dos EUA, 21 já extinguiram a pena de morte. Em 1º de março deste ano,
eram 19. Dos 29 estados restantes, 11 declararam uma espécie de
moratória na aplicação da pena de morte — e não executam nenhum
prisioneiro há anos. Os demais estados raramente executam alguém.
O governo federal encontrou uma maneira de convencer — ou pelo menos
tentar convencer — a opinião pública de que a pena de morte é um recurso
necessário para a sociedade: o Departamento de Justiça escolheu cinco
prisioneiros que mataram crianças, entre os 62 no corredor da morte em
uma prisão federal, para serem executados em dezembro e janeiro.
É uma
forma de mostrar que certos criminosos merecem a pena de morte.
Em todo o país, existem cerca de 2,6 mil prisioneiros no corredor da
morte, quase todos em prisões estaduais. Uma das razões para a maioria
dos estados não fazer execuções é a indisponibilidade de produtos
químicos que formam o coquetel da morte.
Empresas nos EUA e no exterior vêm se recusando a vender seus
produtos a governos, para que não sejam usados na pena de morte. Mas uns
poucos estados — e agora o governo federal — mudaram o protocolo, para
executar prisioneiros apenas com Pentobarbital, a droga que mata.
Dos
produtos indisponíveis, um era para aliviar a dor e o outro era um
sedativo, para pôr o prisioneiro para dormir, antes de executá-lo com Pentobarbital.
Os opositores à pena de morte argumentam, entre outras coisas, que
tanto a Justiça Federal quanto a estadual condenam muito mais pessoas
negras do que brancos à pena de morte. Há também um preconceito
“geográfico” que interfere nas condenações: habitantes de certos bairros
nas cidades — normalmente os mais pobres — são mais condenados e
executados.
É simples, basta não seguir a carreira criminosa.
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