- LÍNGUA FERINA - WITZEL - Cai a máscara de mais um corrupto do colarinho branco
Comprovantes de pagamento para o escritório da primeira-dama do Rio,
Helena Witzel, estão entre os elementos de prova que embasaram o pedido
de busca e apreensão na residência oficial do governador do Rio, Wilson
Witzel, na manhã desta terça-feira, (26).
Quer apostar que ainda vai sair algum estrume de toga em defesa desse vagabundo.
No pedido de operação na casa do governador e no escritório de sua
esposa, o Ministério Público Federal afirma que provas provenientes da
Justiça Federal demonstram vínculo bastante estreito e suspeito entre a
primeira-dama e as empresas de Mário Peixoto, fornecedoras do Estado.
O pilantra do Peixoto foi preso há dez dias pela Polícia Federal.
A detenção
ocorreu no âmbito das investigações da Operação Lava Jato sobre atos
durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Mas, de acordo com a
PF, a organização criminosa alvo da apuração manteve sua atuação nas
contratações emergenciais voltadas para o combate à pandemia do novo
coronavírus.
É atribuída a Peixoto a nomeação de cargos-chave no Detran, Cedae,
Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Loterj, entre outros órgãos da
atual administração estadual. A empresa de sua família, a Atrio Rio, já
firmou R$ 81 milhões em contratos com a gestão Witzel, boa parte sem
licitação.
Ela atua na terceirização de mão-de-obra para o Estado.
O empresário também contratou, durante a campanha eleitoral de 2018, o
escritório de advocacia de Lucas Tristão, de quem Witzel declarou ser
sócio. O acordo foi encerrado após o início do novo governo, em janeiro
de 2019.
A operação da Polícia Federal desta terça-feira, autorizada pelo
ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mira
também um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados ao
combate à pandemia no Estado.
O inquérito no STJ foi aberto no último dia 13, com base em
informações de autoridades de investigação do estado do Rio. Os mandados
em cumprimento nesta quarta-feira foram solicitados pela PGR
(Procuradoria-Geral da República) na semana passada.
Pela decisão do ministro do STJ, Witzel e a primeira-dama, bem como
os demais investigados, deverão ser ouvidos pela Polícia Federal. A
Polícia Federal apreendeu o aparelho de celular e o computador do
governador.
Entre os elementos que serviram de suporte ao mandado de busca e
apreensão estão o contrato de prestação de serviços e honorários
advocatícios do escritório da primeira-dama com a empresa DPAD Serviços
Diagnósticos, de Mário Peixoto, e comprovantes de transferência bancária
entre as duas empresas.
Entre os elementos de provas apresentadas, há um email de 14 de abril
de 2020, em que o braço direito de Mário Peixoto recebe do contador das
empresas documentos relacionados a pagamentos para a esposa do
governador.
Segundo o mandado de busca e apreensão, o MPF imputa indícios de
participação ativa do governador quanto ao conhecimento e ao comando de
contratações realizadas com as empresas investigadas.
Interceptações telefônicas e um ofício assinada pelo governador são
apontados, no mandado de busca e apreensão, como indicativos de sua
possível participação em irregularidades.
Em outubro de 2019, a UNIR Saúde — responsável pela administração em
UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) — foi proibida de fazer contratos
com o poder público após constatação de irregularidades na prestação de
serviços.
Em março, um oficio assinado pelo governador revogou essa portaria,
comprovando, segundo o Ministério Público, provável envolvimento da
cúpula do Poder Executivo Fluminense.
As investigações apontam transferência no valor de R$ 225 mil feita
por empresas de Mário Peixoto para o escritório do secretário de
Desenvolvimento Econômico do Rio, Lucas Tristão.
O Ministério Público afirma que as provas coletadas em operações
anteriores indicam que, no núcleo do Poder Executivo do Rio, foi criada
uma estrutura hierárquica devidamente escalonada a partir do governador
que propiciou contratações sobre as quais pesam forte indícios de
fraude.
Os investigadores dizem que Witzel teria o comando das ações.
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