- LÍNGUA FERINA - Raquel Dodge pede que inquérito contra Rogério Marinho vá para Justiça Eleitoral do RN
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o
inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o
secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
Rogério Marinho, vá para a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte.
Ele foi candidato a prefeito de Natal em 2012 e teria declarado gastos
inferiores ao que realmente praticou para contratar uma empresa
responsável por produzir vídeos de campanha.
Segundo Dodge, “as
diligências já cumpridas reforçam as suspeitas de ocorrência do crime de
falsidade ideológica eleitoral”. Assim, ela opinou que “a hipótese é de
continuidade da apuração, porém no juízo de primeira instância”.
Marinho nega as irregularidades e pede agilidade na conclusão do
inquérito.
O relator do pedido no STF é o ministro Gilmar Mendes, responsável
por tomar uma decisão a respeito. Marinho foi deputado federal pelo PSDB
até janeiro de 2019 e, por isso, tinha foro privilegiado no tribunal.
Como não tem mais mandato, o local para a continuidade da investigação,
segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), é a Justiça Eleitoral
do seu estado.
Na investigação preliminar feita até agora, a Polícia Federal (PF)
anotou ter apurado gastos de R$ 527,5 mil com os profissionais que
trabalharam na produção de material audiovisual na campanha de 2012,
além de R$ 229 mil com a locação de imóvel e fornecimento de alimentação
para esses profissionais.
“Dessa forma, sem incluir outras despesas com telefone, conta de
energia, material de expediente, material utilizado nas gravações,
locação de equipamentos, transporte, combustível, lucro, pagamento de
cachês, dentre outros, a despesa até então contabilizada é de
R$756.510,00, valor aparentemente superior ao montante declarado pelo
candidato, dependendo do cotejo dessas informações com a prestação de
contas eleitoral do investigado”, diz trecho de relatório da PF.
A procuradora-geral também anotou: “Como ainda resta pendente a
diligência entre o cotejo das informações produzidas nas diligências
realizadas neste apuratório e as declarações prestadas à Justiça
Eleitoral pelo ex-deputado Rogério Marinho a fim de confirmar ou não a
hipótese criminal ora investigada, o inquérito deve ser remetido ao
juízo de primeira instância competente.”
No depoimento prestado no processo, Marinho afirmou que contratou a
empresa para a produção de vídeo por R$ 700 mil. Depois, por
dificuldades financeiras, pediu a redução do valor, que foi repactuado,
pago e declarado à Justiça Eleitoral.
Por meio de sua assessoria, Marinho afirmou que as contas da campanha
de 2012 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Disse também que já
houve três pedidos de prorrogação do inquérito e, mesmo assim, não há
elementos para oferecimento de denúncia contra ele.
“Mais uma vez, espera-se agilidade e não novas prorrogações ante os
esclarecimentos dos fatos, evitando-se o uso político de eventos que
ocorreram há quase oito anos”, diz trecho da nota da assessoria do
secretário.
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